Tema entrevista:
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TEORIA ECONOMICA APLICADA E O PAPEL DO ECONOMISTA
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Dados pessoais do entrevistado:
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Nome|:
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Pedro Hubertus Vivas Agüero
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Nacionalidade
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Peruano
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Formação acadêmica:
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Graduação:
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Bacharela em economia, FCE-UNMSM, Lima Peru.
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Pós-graduação:
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Mestrado e doutorado em economia, FEA-USP, São Paulo Brasil.
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Experiência profissional:
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Instituto Nacional de Planejamento (INP), Lima Peru 1971-1991 (em sucessivos períodos).
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Instituto Nacional dos Recursos Naturais (INRENA), Lima Peru, 1975-1977.
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Banco Real do Brasil, Realplan, 1979-1982, São Paulo Brasil.
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Experiênciadocente
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FCE-UNMSM, Lima Peru, 1984-1992.
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FEA-PUCSP, São Paulo Brasil, 1994 - Atualidade.
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Endereços para informações adicionais e contatos:
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Site:
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http://phva.ucoz.com.br
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E-mail:
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phva@ibest.com.br
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1. FUNDAMENTOS DO TEMA:
A evolução das ciências econômicas, desde os dias de Richard Cantillon (1755) e Adam Smith (1776), mostra grandes avanços e complexidades, próprios de seus quase 250 anos de vigência. Tudo isto permitiu cimentar grandes áreas da teoria econômica, como a MICROECONOMIA e a MACRECONOMIA, entre outros, que busca explicar diferentes aspectos do quefazer econômico, deduzindo princípios e leis de grande valor e conteúdo. Entretanto esta evolução, ainda continua e continuará nas mãos de renomeados economistas e instituições do mundo inteiro, e se orienta a dar-lhe um tratamento fundamentalmente teórico às ciências econômicas, descuidando ou deixando para trás aquilo que seria a aplicação prática de todos estes ensinamentos.
Isto último é reconhecido por destacados economistas como William Baumol (Entrepreneurship in economic theory, AER, 1968) que textualmente destaca as omissões existentes nas ciências econômicas, quando se trata da Teoria de Firma e/ou os vários movimentos contestatórios, especialmente de jovens universitários.
Em 2000, um grupo de estudantes de economia na França, iniciou um movimento de protesto contra a forma como se desenvolvia o ensino das ciências econômicas. Foi feito circular, nessa oportunidade, um manifesto criticando o abuso na construção de modelos cada vez mais abstratos e afastados dos problemas da economia real. O protesto ultrapassou o âmbito das universidades francesas e logo foi ratificado em muitas universidades da Europa e dos EUA. A rebelião deu lugar a uma nova rede de economistas autodenominada “pós-autista”, em referência à tendência da teoria convencional (ou ortodoxia neoclássica) a fechar-se no seu discurso, sem ouvir os sinais do mundo. Eles chegaram a se institucionalizar e atualmente até fazem publicações, palestras e outros eventos sobre isto (ver http://rwer.wordpress.com).
2. ANTECEDENTES ACADEMICOS
Na FEA-USP de finais da década dos 70, quando vigorou o Programa BID-IPE, "Bancos de Desenvolvimento" foram criadas disciplinas no Mestrado em Economia da FEA-USP nomeadas como MICROECONOMIA APLICADA e MACROECONOMIA APLICADA, nos quais se buscava dar-lhe um conteúdo mais real ao ensino da economia. Considera-se que essas iniciativas foram um reconhecimento tácito às limitações do ensino de economia e aí se viu como na academia se carecia de literatura específica para este tipo de iniciativas.
3. ANTECEDENTES PESSOAIS
O subscrito sentiu na pele a ausência de um instrumental prático para abordar as questões de economia publica ou economia privada, ao longo de sua vida profissional. O primeiro choque foi ver como no desafio do planejamento, faziam falta critérios e instrumentos de PROGNOSTICO ECONOMICO e AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS, entre outros, que eram fatais para os profissionais chamados para enfrentar estes assuntos.
O segundo choque foi ver como no gerenciamento da economia empresarial, na Realplan do Banco Real, os economistas estávamos ausentes de dar as respostas esperadas, seja na ECONOMIA DE EMPRESAS (que e quanto produzir? Que preços cobrar? etc.) ou no MERCADO DE CAPITAIS ou bolsas de valores, nos quais atuavam com força os administradores de empresas e os engenheiros em geral.
4. TEORIA ECONOMICA APLICADA
Buscando dar resposta aos antecedentes colocados, se empossou na FEA-PUCSP disciplinas de corte instrumental, organizando e lecionado matérias optativas no Departamento de Economia, nesta ordem:
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ELABORAÇÃO DE PROJETOS DE INVESTIMENTO desde o ano 1995 (anteriormente, com o nome de "Formulación y Evaluación de Proyectos", na FCE-UNMSM, nos anos 1985-1988).
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PROGNOSTICO ECONOMICO, desde 1995.
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ECONOMIA DE EMPRESAS, desde 1998.
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MERCADO DE CAPITAIS, desde 2007 (graças aos ensinamentos e informações recebidas no Seminário TOP Mercado de Capitais para professores, organizado pela CVM em julho 2006).
Cada uma destas disciplinas por sua vez vai acompanhada por disciplinas auxiliares, onde se busca fundamentalmente a aplicação prática destas, tomando temas e assuntos próprios da realidade empresarial e econômico financeiro do Brasil.
A seguir vão maiores informações sobre estas quatro linhas de trabalho da Teoria Econômica Aplicada, desenvolvidas sucessivamente um a um e semestre trás semestre.
5. ELABORAÇÃO DE PROJETOS DE INVESTIMENTO
5.1 Objetivos:
Desenvolver e aperfeiçoar a teoria, técnicas e práticas de elaboração de projetos e análise de investimentos, utilizando os conceitos próprios de economia, administração e engenharia, todos orientados para novos projetos ou ampliação dos existentes.
5.2 Conteúdo programático:
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Conceitos sobre projetos de investimento
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Estudo de mercado
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Estudo da demanda e da oferta
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Apresentação de um caso
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Engenharia econômica do projeto
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Aspectos econômicos e financeiros
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Financiamento de projetos
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Receitas, despesas e fluxo de caixa.
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Avaliação econômica e financeira, simples.
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Avaliação de projetos, com desconto.
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Avaliação social de projetos
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Avaliação ambiental de projetos
5.3 Exercícios práticos:
A: Projeção da demanda e da oferta de energia no Brasil
B: Elaboração e avaliação de um projeto de uma destilaria de álcool (um caso para cada aluno).
5.4 Bibliografia básica:
ASSAF Neto, Alexandre. Os métodos quantitativos de análise de investimento. Cadernos de Estudo Nº 06 Fipecafi, outubro 1992. Disponível em: http://www.institutoassaf.com.br/downloads/AA_MET_QUANTITA_NA_ANALIS_INVEST.pdf
LAPPONI, Juan Carlos. Projetos de investimento na empresa. Rio de Janeiro: Campus, 2007.
SOUSA, Eduardo L. Leão de (Org.). Etanol e bioeletricidade. A cana-de-açúcar no futuro da matriz energética. São Paulo: Gráficas Burti, junho 2010. Disponível em www.unica.com.br/download.php?idSecao=17&id=43684046
6. PROGNOSTICO ECONÔMICO
6.1 Objetivos:
Desenvolver, aperfeiçoar e aplicar os principais conceitos e técnicas de previsão econômica, da micro e macroeconomia, como instrumentos de trabalho nas tarefas de gestão, assessoria e consultoria econômica.
6.2 Conteúdo programático:
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Conceito e situação do prognóstico
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Usos e importância do prognostico
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Um modelo simples de previsão macroeconômica
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Métodos diretos ou subjetivos (Delphi, barométrico e cenários).
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Métodos quantitativos elementares (medias moveis e semimedias)
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Métodos de progressões (aritmética geométrica e continua)
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Modelos de regressão simples (função linear, covariância, R e R²).
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Modelos de regressão não linear (exponencial potencial e logaritmo)
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Seleção do melhor modelo e testes de hipóteses
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Projeções e banda de confiança
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Modelos de regressão múltipla
6.3 Exercícios práticos:
A: Um modelo simples de previsão macroeconômica de curto prazo
B: Modelos quantitativos básicos para prognósticos econômicos (um caso para cada aluno).
6.4 Bibliografia básica:
ORDOÑEZ Mercado, Alípio. Sistema de pronósticos. Lima Perú: Anotações de aulas, manuscrito FIECS-UNI, 2000. 70 páginas
PULIDO, Antonio; LOPEZ, Ana María. Predicción y simulación aplicada a la gestión de empresas. Madrid: Piramide, 1999.
7. ECONOMIA DE EMPRESAS
7.1 Objetivo:
Estudar a natureza e realidade econômica financeira da empresa, buscando sistematizar e aplicar todos os conhecimentos acadêmicos recebidos nos cursos de economia, especialmente no sentido prático.
7.2 Conteúdo programático:
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Conceitos e informações empresariais
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Condições para constituir uma empresa
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Produção, comercio e vantagens comparativas
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Quê, como e quanto produzir.
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Que preços cobrar
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Estrutura de mercado e concorrência
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Avaliação econômico-financeira de empresas (valuation)
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Crescimento, fusões e aquisições de empresas.
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Aspectos técnicos, legais e institucionais.
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Dimensões e desempenho das empresas
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Fontes de financiamento empresarial
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Impostos, contribuições e taxas a pagar.
7.3 Exercícios práticos:
A: Cálculo e desenho das curvas de oferta e demanda do pão integral
B: Análise econômico-financeiro de empresas (uma empresa para cada aluno)
7.4 Bibliografia básica:
COGAN, Samuel. Custos e preços. Formação e analise. São Paulo: Pioneira, 1999.
MANSFIELD, Edwin. Managerial economics. Theory, applications and cases. New York: Nortons & Company, 1999.
McGUIGAN, James R; MOYER, R. Charles; HARRIS, Frederick, H.de B. Economia de empresas. Aplicações, estratégia e táticas. São Paulo: Cengage Learning, 2010.
8. MERCADO DE CAPITAIS
8.1 Objetivos:
Estudar o funcionamento do mercado de capitais no Brasil e no mundo, buscando conhecer sua natureza, estrutura, dinâmica e prática operacional.
8.2 Conteúdo programático:
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Conceitos e evolução histórica no Mundo
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Mercado de capitais no Brasil
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Bolsa de valores, mercadorias e futuros.
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BM&FBOVESPA - segmento ações
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BM&FBOVESPA - segmento mercadorias
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Mercado de ações a vista
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Mercados futuros – Mercado a termo
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Mercado futuro de ações
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Mercado de opções – conceitos
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Mercado de opções – o premio
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Análise fundamentalista de ações
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Análise técnica de ações
8.3 Exercícios práticos:
A: Identificação, transformação, gráfico e interpretação de índices das bolsas de valores do mundo (uma bolsa de um país para cada aluno).
B: Jogos de simulação de compra e venda de ações na BM&FBOVESPA, utilizando o software da Folhainvest (uma carteira para cada aluno).
8.4 Bibliografia básica:
CVM. Mercado de valores mobiliários brasileiro. 3ª edição. Rio de Janeiro: Comissão de Valores Mobiliários, 04/04/2014. Disponível em http://www.portaldoinvestidor.gov.br/portaldoinvestidor/export/sites/portaldoinvestidor/publicacao/Livro/LivroTOP-CVM.pdf
PINHEIRO, Juliano Lima. Mercado de capitais. Fundamentos e técnicas. 5ª edição. São Paulo: Atlas, 2009.
9. EXTENSÕES E CONCLUSÕES
Esperar-se-ia que toda esta experiência pudesse continuar já em forma institucionalizada no Departamento de Economia da FEA-PUCSP e porque não, mais na frente, ser estendida e complementada com outras experiências iguais ou parecidas, que com certeza deve existir em outras escolas de economia do Brasil e do mundo.
Este propósito deveria merecer o apoio de todas as entidades de classe como o Sindicato dos Economistas de São Paulo (SINDECON-SP) e da Ordem dos Economistas do Brasil (OEB), alem das diferentes organizações dos economistas, como da Associação Nacional dos Cursos de Graduação em Economia (ANGE), da Sociedade Brasileira de Economia Política (SBEP) e da Associação Nacional da Pós-graduação em Economia (ANPEC).
Evidentemente este propósito se veria reforçado pelo continuo aperfeiçoamento e atualização das disciplinas citadas linhas acima, produto das aulas mesmas, da colaboração dos alunos e professores e como tema de debates nas continuas reuniões das organizações de classe que se acabam de citar, alem de considerar a possibilidade de que estes materiais possam ser publicados como livros textos, para seu uso nas faculdades de economia.
São Paulo. 28 de agosto de 2014
Pedro Hubertus Vivas Aguero
No local do SINDECON-SP
www.sindeconsp.org.br
Para assistir à exposição em vivo entrar a https://www.youtube.com/watch?v=_Iz9HvCYA5M&feature=youtu.be
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